segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Realizadora do filme “Tchutxinha”, vencedor na categoria Universitário, Festival Oiá


Recém-licenciada em Comunicação e Multimédia, está a dar os primeiros passos no mundo da sétima arte. Já nas salas de aulas começou a assumir a postura de responsabilidade perante os trabalhos. Foi assim que coube a ela ser a realizadora da produção do filme “Tchutxinha”, um trabalho que envolveu todos os alunos da turma de 4º ano de Comunicação e Multimédia. Trabalho este que foi vencedor na categoria universitário no festival de cinema Oiá em São Vicente.

O jornal Folha Académica dá-lhe a conhecer mais sobre a realizadora da curta-metragem “Tchutxinha”, e fique a saber mais sobre o filme.

Qual foi a sua reação ao saber que venceu o prémio de Festival de Cinema Oiá?
Ariene Lopes: Quando recebi a notícia de que vencemos o prémio (sim porque o prémio é da turma que se engajou. Trabalhamos juntos, como uma equipa que se preze). Estava no meio do IV Fórum do DEL, a ver uma atuação cultural quando o meu colega telefonou-me a perguntar qual teria sido o resultado do Festival Oiá. E eu respondi que não sabia.
E era verdade, eu não sabia mesmo, já que nem me lembrava do festival. Então ele disse-me que vencemos porque viu no Jornal da Tarde na (TCV) Televisão de Cabo Verde. Naquele momento uma alegria tomou conta do meu ser, fiquei muito feliz e abracei uma amiga que estava sentada ao meu lado, uma vez que, "Tchutchinha" deu muito trabalho e esse prémio foi um reconhecimento do nosso esforço e uma motivação para continuar a contar estórias por meio do cinema. A sensação é de que valeu mesmo a pena.




“Precisamos enraizar essa cultura de contar histórias, elevar nossa cultura, nossa bandeira através do audiovisual, do cinema”.
Porquê "Tchutxinha"?
A L: O projeto "Tchutchinha", na verdade, surgiu quando a nossa professora Artemisa Ferreira fez-nos uma proposta na sala de aula, em que poderíamos escolher entre fazer um teste de avaliação ou fazermos um filme em conjunto, cada qual teria um papel a desempenhar. Acabamos por escolher o filme por unanimidade.
 O tema "Tcutchinha" foi a própria professora quem sugeriu, que é um livro do Ovídio Martins que retrata uma história de amor e intrigas. A história passa-se no ano de 1962, pelo que tivemos todo o cuidado de fazer a adaptação tal e qual ao livro. Como é um filme de época, tivemos o cuidado de fazer um estudo prévio de como as pessoas se vestiam, como se comportavam, e quase não encontramos nada. Baseamos nas respostas que recebemos dos nossos avós e das pessoas com algumas lembranças da época. Foi um pouco difícil filmar, encontrar casas antigas. Tivemos todo o cuidado para não aparecer as instalações de eletricidade, postes, as modernidades que temos hoje. A partir daí fizemos o guião com base no livro e finalmente conseguimos filmar na Cidade velha

Quem a incentivou a concorrer para o prémio Oiá?
AL: Quem me incentivou a participar do festival Oiá foi a nossa professora, Artemisa Ferreira. Eu não estava a par do festival, até que ela disse-me para participar com o filme "Tchutchinha" na categoria "Universidade". Tivemos o cuidado de trocar as músicas do filme por questões legais. Uma vez que não podíamos violar o direito do autor, depois disso foi só submeter a candidatura.

Esse foi um trabalho que foi produzido no ambiente acadêmico, já tinha pensado em mostrar para outrem?
AL: Bom, na verdade nós nunca tínhamos pensado em levar o filme para o festival ou até mesmo sair do Campo Universitário. O Festival Oiá foi o primeiro, e vamos estar também no festival do Platô em novembro. Com esse reconhecimento, com esse prémio já é algo para pensar-se. (risos).

Tem em mente outro trabalho, que possa vir a produzir?
AL: Eu, particularmente, tenho em mente fazer uma longa-metragem e até já tenho uma ideia do que vai ser. Em Cabo Verde, quase não temos longas-metragens, a cultura do cinema ainda é fraquinha, mas isso é algo que está a mudar-se aos pouquinhos. Estou a reunir recursos para que, quem sabe, no final do próximo ano já tenha o filme pronto. Precisamos de enraizar essa cultura de contar histórias, elevar a nossa cultura, a nossa bandeira através do audiovisual e do cinema.

Como começou a sua paixão pela área da multimédia?
AL: Eu sempre tive uma paixão pela fotografia e pelo cinema. Era algo que estava no meu subconsciente que mais tarde veio a saltar-me à vista.

Na minha adolescência costumava frequentar muito a casa da minha tia, e meus primos viram muitos filmes, estando lá, também assistia. E encantava muito com os filmes. Daí começou a paixão pelo mundo da sétima arte. Como disse certa vez um realizador moçambicano, João Ribeiro, "o cinema é uma viagem às emoções e precisamos fazer essa viagem".
Por: Ruth Gonçalves

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