quarta-feira, 8 de novembro de 2017

“Gruta Abençoada”, o primeiro livro erótico lançado em Cabo Verde

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Numa sala cheia de professores, estudantes, amigos e convidados, ao som da música e declamação de poemas, apareceu uma mulher nua, deitada com uma arte sensual e provocante, banhada por uma luz que penetra a gruta. A paixão, o sexo e o desejo são a flor da palavra dessa mulher. É a “Gruta Abençoada”, o novo livro da Professora, Escritora e realizadora cabo-verdiana, Artemisa Ferreira, uma coletânea de 48 poesias eróticas, apresentada pela professora Ana Freire e pela jornalista Margarida Fontes, na Livraria Pedro Cardoso.
Uma obra extremamente fascinante, com textos repletos de vida em que a poetisa se expressa ao mesmo tempo se expõe o corpo e o desejo enquanto busca na fluidez e sensualidade da linguagem a própria nudez da alma.
A jovem, que é o primeiro a dar pontapé de saída nesse tipo de literatura erótica feminina, diz que essa obra é um erotismo que toca para além da carne e também a alma. O erotismo sempre existe nas nossas literaturas, principalmente nas nossas músicas, acrescenta Artemisa Ferreira, autora do livro.
Já, para a jornalista Margarida Fontes, apresentadora da obra, o livro propõe uma ruptura com a literatura feminina em Cabo Verde, pela forma como a autora aborda o amor, o desejo, o sexo e a sexualidade.
Pela primeira vez, lemos o erotismo na poesia cabo-verdiana e, pela primeira, vez temos uma poetisa que se despe de culpas, de preconceitos e encarar o sexo e o amor, de forma humanista, com mais naturalidade e aborda o erotismo como a forma de se libertar e libertar a mulher.
Em Cabo Verde, os poetas sempre optam por escrever sobre o amor de uma forma mais romântica, mas a “Gruta Abençoada” traz uma nova proposta e quebrar esses limites e esses hábitos para mostrar o homem e a mulher na sua relação mais plena, aberta e destemida.
Para além da literatura, esta jovem vive no mundo do cinema como realizadora e, em agosto deste ano, foi vencedora com o filme “Hoje”, na categoria de “Melhor Montagem” no festival de Cinema 1ª Mostra competitiva do cinema negro Adélia Sampaio, no Brasil.

Por:  Cleide Teixeira

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