segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Número de caso de paludismo regista novo aumento

Segundo informações avançadas pela delegada de saúde da Praia, Ulardina Furtado, o número de casos de paludismo voltou a aumentar na capital do país, registrando cerca de 38 novos casos.
Desde o início deste ano, foi registado um total de 404 casos de paludismo autóctenes. Perante este cenário, a Cidade da Praia confronta-se com números recordes de casos uma situação que tem estado a preocupar as autoridades sanitárias de Cabo Verde.

De acordo com os dados apresentados pela delegada de saúde da Praia, Ulardina Furtado, só no último final de semana foram registados 27 novos casos.
A mesma avança que este aumento ocorreu depois de se ter registado uma diminuição no início do mês de Outubro. Várzea, Achada Santo António e Achadinha são os bairros mais afetados da capital.
Segundo a delegada, este aumento já era esperado devido à existência de focos de mosquitos ainda não identificados, sobretudo no interior das casas dos citadinos e nas valas.
Apesar do esforço das autoridades no combate ao paludismo, ainda os resultados esperados não foram alcançados. “Existem focos de mosquitos, tanto dentro das casas, como na rua e nas valas. E tudo isso precisa ser eliminado. Enquanto há existência de focos não vamos conseguir dar uma resposta a essa epidemia”, defendeu Ulardina Furtado.
Entre o mês de Julho e o mês de Outubro, houve um aumento significativo de números de casos, em que foram considerados Setembro e Outubro como os piores meses do ano até agora, com um total de 404 casos de paludismo, sendo 386 autóctones e 18 importados, com o registro em dois mortos.
O ano 2017 foi aquele que teve o maior número de casos de paludismo em quase 30 anos em Cabo Verde.
“Para combater o paludismo, as equipas dos agentes sanitários já estão no terreno a fazer campanha de limpeza em diferentes bairros e a sensibilizar a população sobre a importância de manter as casas e ruas limpas”, afirma Ulardina Furtado, delegada de saúde, acrescentando que “temos pessoas no terreno a trabalhar todos os dias para combater esta epidemia”. Salienta ainda que os reforços serão redobrados.


Sobre o Paludismo
O Paludismo é uma doença infecciosa e endémica provocada pela existência de parasitas do género Plasmodium no sangue e que são transmitidos pela picada de mosquitos fêmea do género Anopheles. O paludismo pode surgir como uma doença com caráter agudo que pode ser rapidamente mortal e que se manifesta sob diferentes formas, consoante o órgão predominantemente envolvido ou com caráter crónico (que pode levar à caquexia e morte).
Também é conhecido como uma doença infecciosa que se desenvolve no fígado e destrói as células vermelhas do sangue. A infecção com esta doença acontece devido à picada do mosquito Anopheles fêmea. Deste modo, a melhor forma de prevenção consiste em se evitar ser picado, através do uso de repelente e proteções nas janelas.

Para diagnosticar a presença da doença, existe um teste rápido, chamado teste da gota espessa, que utiliza uma gota de sangue para identificar a presença de um dos tipos de protozoários responsáveis pela doença.

A malária tem cura, mas, para isso, o tratamento deve ser iniciado rapidamente, pois caso a doença se desenvolva muito e chegue à sua forma mais grave, afetando o cérebro, as chances de complicações e de morte são muito maiores.

Como acontece a transmissão
A malária não passa de uma pessoa infectada para outra saudável. No entanto, quando o mosquito Anopheles fêmea pica uma pessoa infectada, ele também fica infectado, passando a doença para outras pessoas, caso o mesmo mosquito as picar logo a seguir.

Porém, como o parasita da malária está presente nas células vermelhas do sangue, ele também pode passar para pessoas saudáveis através da reutilização de agulhas ou transfusões de sangue, embora estes casos sejam mais raros.

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