segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Festival Morabeza 2017 - Análise

O que dizer de uma festa literária que reuniu cerca de 40 escritores nacionais e internacionais? E o sentimento de estar ao redor destes e ter ainda à disposição uma variedade de livros?

Durante uma semana, a Biblioteca Nacional esteve repleta de atividades, em que o cartão de visita era a literatura. A esta festa foram convidados renomados escritores nacionais e internacionais como Germano Almeida, Vera Duarte, Arménio Vieira,Valter Hugo Mãe, Simone Caputo Gomes, José Rodrigues dos Santos e entre outros, para fazerem parte deste evento pioneiro realizado pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas(MCIC).


As atividades em volta do Festival Literário, para além do grande encontro entre escritores, estiveram recheadas de formações abertas ao público, painéis de debates com temas da atualidade, oficinas, lançamentos e reedições de livros, como foi o caso da obra de Eugénio Tavares.
A atividade não se cingiu à biblioteca. Houve visitas feitas, da parte de escritores, às Universidades, Escolas Primárias e Secundárias do País, com o intuito de os sensibilizarem para a importância dos livros, despertando o gosto pela leitura.
Uma boa parte dos que foram dar uma vista de olhos ao evento, disseram estar satisfeitos com a atividade e que a iniciativa é louvável, uma vez que se puseram à disposição uma variedade de livros adaptáveis a todas as idades, principalmente os infantis.

Como diz bem o ditado,“ desde pequeno é que se torce o pepino”. Por isso, é importante que todos estejam consciencializados de que o ato de  ler é algo que nos ajuda a pensar fora da caixa e proporciona-nos bagagens a levar para toda a vida.
Houve quem aproveitasse bem a feira de livros, mas como o ser humano é extremamente insaciável, há quem do preço, reclamasse!
A iniciativa é, de veras, louvável. Um evento deste porte, com essa imensa riqueza de culturas a ser realizado pela 1ª vez em Cabo Verde,  embora com muitos aspectos ainda a melhorar, trouxe e, quiçá futuramente proporcionará ainda mais ganhos a Cabo Verde.
De momento, serviu de ponte entre os escritores cabo-verdianos com os internacionais, tendo momentos diretos de partilha de conhecimentos.
O evento proporcionou oportunidades, ainda, aos escritores nacionais de se projetarem no mercado e de entrarem em contacto com as diversas editoras tanto nacionais, como internacionais. Para além disso, destaca-se a promoção dos seus trabalhos ao público em geral.
O Festival Morabeza tendo Cabo Verde, como palco de realização das atividades de certa forma mobilizara comunidades internacionais a virem para o país, o que constitui, significativamente, um ganho para o turismo, para além da promoção da cultura e literatura cabo-verdiana.
Manuel Veiga, especialista em língua cabo-verdiana, disse que a língua materna não foi valorizada no evento.
Gostaria mesmo que se falasse o kriolo na íntegra? Ou estaria ele a sugerir que o nome ‘Morazeba’ tenha sido mal empregue?

Se calhar, o MCIC escolheu ‘Morabeza’ como nome de cartaz, propositadamente e assim despertar curiosidade aos demais. Não sei se, ao fazer isso, a nossa cultura estará ou não a ser enaltecida, pois a ‘Morabeza’ que se diz por aí que os cabo-verdianos possuem, a meu ver, não passa de uma utopia.

Entretanto, houve momentos no evento em que tenha enaltecido a língua cabo-verdiana. Tanto em poemas declamados, como  nas músicas cantadas e no batuque que não faltou e nem poderia faltar no evento, pois estas são as marcas da cultura e da identidade do país.

Por: Syoni Barbosa

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